Sobre o projeto
Em 2007, Jane Barry e Jelena Đorđević escreveram “Que sentido tem a revolução se não podemos dançar?”, livro que nos ofereceu um panorama profundo sobre a situação das pessoas defensoras de direitos humanos e sobre como enfrentavam os riscos a que estavam expostas por realizar esse trabalho.
A publicação “Como nos enraizar no cuidado e dançar a revolução?” nasce em 2017 por iniciativa de Tatiana Cordero (in memoriam), Diretora Executiva do FAU-AL, que propôs realizar uma nova pesquisa, desta vez global e partindo do Sul, guiada pela pergunta:
Como es ativistas mulheres, trans e não bináries de todo o mundo atualmente experimentam e visualizam o cuidado e a proteção, tanto individual quanto organizacionalmente, considerando o contexto, a(s) identidade(s), particularidade(s), trajetórias e histórias de cada ume?
Essa experiência de pesquisa coletiva foi liderada pelo FAU-AL como parte de um processo colaborativo do Consórcio de Fundos de Ação Urgente e com a contribuição do Grupo Consultivo. Ela nos levou a aprofundar o diálogo sobre o cuidado como uma aposta ético-política por nossa vida e uma convivência com outras pessoas, seres e espécies.
Nossos propósitos com essa pesquisa são:
Contribuir para que ativistas, suas organizações, movimentos e doadories incorporem práticas e reflexões em torno do cuidado e da proteção integral;
Fortalecer as redes de solidariedade entre ativistas, através da coletivização e da visibilização de suas experiências, a fim de que seus movimentos se tornem cada vez mais sustentáveis.
Ao longo dos anos, como FAU-AL, cultivamos um entendimento do cuidado como a raiz que sustenta a vida.
Galeria dos encontros
2017
O município de Palomino, localizado em La Guajira, Colômbia, nos acolheu para este primeiro encontro. A partir daí, surgiram os eixos preliminares desta busca:
O autocuidado e o cuidado coletivo;
O espírito;
O poder;
A política do cuidado.
Durante esse encontro também surgiram questões-chave que constituem a base das entrevistas realizadas:
O que significa pensar no autocuidado em nossos contextos atuais à luz de nossas múltiplas identidades?
Como praticamos internamente o autocuidado e o cuidado coletivo internamente nas organizações?
Quais são as práticas e formas de autocuidado das pessoas jovens ativistas (on-line e off-line)?
Como é entendido o significado político do cuidado?
2018
Dessa vez fomos recebides nas Islas del Rosario, Colômbia, para retomar o trabalho realizado no primeiro encontro. Dessas conversas surgiram também novas questões, entre elas:
Como manter o fogo para que o ativismo não acabe nos queimando?
Como descolonizamos as memórias do bem-estar?
Como es doadories entendem o cuidado e qual é sua responsabilidade em relação à sustentabilidade dos movimentos?
Aí propusemos que a pesquisa estivesse focada na dimensão coletiva do cuidado e do poder, validamos os objetivos e construímos os critérios éticos e metodológicos, bem como o primeiro esboço de suposições.
2019
Este encontro foi uma oportunidade para celebrar nossas próprias histórias, para reconhecer aquelas pessoas que abriram o caminho há doze anos e aquelas que nos guiaram no caminho do cuidado e da proteção.
Conheça as entrevistadoras
Tania Correa Bohórquez (Colômbia)
Eden Wondmeneh (EUA)
Maya El Elhou (Líbano)
Nancy Raoof (Egito)
Gistam Sakaeva (Chechênia)
Adela Nieves (EUA)
Codou Bop (Senegal)
Rudo Chigudu (Zimbábue)
Paola Mosso (Chile)
Conheça o grupo consultivo
Rosa Posa | Paraguai
Mónica Enríquez| Colômbia – EUA
Ledys San Juan | Colômbia
Cara Page | EUA
Marusia López | México
Itzel Guzmán | México
Verónica Vidal |México
Ana María Hernández | México
Awino Okech | Quênia
Rosa Chavez | Guatemala
Ruby Johnson | Austrália
Jelena Đorđević | Sérvia-Brasil
Rudo Chigudu| Zimbábue
Sandra Ljubinkovic | Sérvia
Shawna Wakefield | EUA
Carmen Sánchez | Espanha
Daniela Fonkatz | Argentina
Flor de Maria Álvarez Medrano | Guatemala
Es ativistas entrevistades
Celeste Mayorga, RUDA mujeres+territorio Iximulew | Guatemala.
Miluska Luzquiños, Diretora Executiva da Organización Feminista por los DDHH de las personas Trans | Peru.
María Teresa Blandón Gadea, Movimiento Feminista de Nicaragua | Nicarágua.
Rosanna Marzan, Diversidad Dominicana. República Dominicana.
Lana Souza, Coletivo Papo Reto | Brasil.
Luna Irazábal, Colectivo Ovejas Negras | Uruguai.
Jlena Dordevic, Coletivo Feminista de Autocuidado e Cuidado entre Defensoras.
de Direitos Humanos | Sérvia/Brasil.
Pramada Menon, Queer Feminist | Índia.
Carolin Lizardo, Colectiva Mujer y Salud | República Dominicana.
Rosa Posa Guinea, Akahatá, equipe de trabalho em sexualidades e gêneros (internacional). Aireana, grupo por los derechos de las lesbianas | Assunção, Paraguai.
Tef Piñeros, Colectiva Yerbateras | Colômbia.
Marusia López Cruz, JASS/IM-Defensoras | México/Estado Espanhol.
Flor de María Álvarez Medrano | Guatemala.
Maureen Kademaunga | Zimbábue.
Lakshmi N, Moore. Liberia Feminist Forum. Diretora Nacional da ActionAid | Libéria.
Fahima Hashim, Salmmah Women’s Centre | Sudão/ Sede no Canadá.
Yuli Rustinawati, Arus Pelangi | Indonésia.
Dr. Njoki Ngumi, The Nest Collective | Quênia.